Fukushima tupiniquim
Artigo originalmente publicado no edição de 12/03/2012 do Jornal A Tarde.
Domingo 11/03 completou 1 ano de um dos maiores acidentes nucleares da História, quando um terremoto seguido por um tsunami provocou um vazamento radioativo de nível 4, o pior na escala desde a tragédia de Chernobyl, obrigando o deslocamento de mais de 200 mil japoneses, a manutenção de outros 160 mil sob quarentena e a contaminação de tudo em um raio de quilômetros.
Logo após a hecatombe nuclear o mundo retomou o debate sobre sua matriz energética e a necessidade de fazer uso de uma forma de energia perigosa: desde a extração, até o transporte e descarte do material radioativo, a população está exposta ao risco de câncer, má formação fetal, aborto, falência do sistema nervoso central, síndrome gastrointestinal, entre outras doenças por gerações.
No Brasil, o programa nuclear segue a todo vapor, uma caixa preta ligada as Forças Armadas, onde não há fiscalização nem transparência. Acidentes ocorrem rotineiramente e são tratados de forma sigilosa. Enquanto no Japão centros de controle a acompanhamento de catástrofes estão a postos para qualquer emergência, aqui as usinas estão instaladas em um lugar que os índios chamavam de pedra podre. A possibilidade de uma catástrofe como Fukushima no Brasil certamente teria consequências muito mais devastadoras.
A Bahia não está imune ao risco nuclear. Em Caetité o subsolo já está contaminado, por conta da mineração de urânio das Indústrias Nucleares do Brasil, e ninguém assume a responsabilidade. Recentemente tentou-se insistentemente trazer uma usina nuclear para as margens do Rio São Francisco no lado baiano. Em 2004, por 2 vezes, um navio carregado de urânio enriquecido da INB, entrou na Baía de Todos os Santos sem autorização dos órgãos competentes, só para economizar no valor do frete. O urânio circula anônima e livremente pelas ruas de Salvador.
Fukushima reacendeu o debate, de uma forma desnecessária, mas trouxe de volta o que teimavam em esquecer: energia nuclear é cara e perigosa. Com tanto sol e vento pra que insistir em urânio e petróleo?
Posts recentes
- Salvador vai ter novas Áreas de Proteção ao Ciclista de Competição (APCCs)
- Exposição Salvador 2100 tem exibição prorrogada no Shopping da Bahia até terça (2)
- Exposição Salvador 2100 entra em cartaz nesta terça-feira no Shopping da Bahia
- Vereador vai acionar MP e Tribunal de Contas por cobrança duplicada de IPTU no Loteamento Marisol
- Cartilha ensina a transformar dendê usado em sabão
Comentários
- Sandra em Câmara de Vereadores aprova projetos que pedem melhorias na segurança do ciclista em Salvador
- Lourenço Mueller em Vereador André Fraga (PV) participa de reunião para criar Associação de Ciclistas de Salvador
- José Acácio ferreira em A árvore que ergueu impérios
- José Peroba Filho em A árvore que ergueu impérios
- Joctã Lima em A árvore que ergueu impérios
Arquivos
- abril 2023
- março 2023
- janeiro 2023
- novembro 2022
- outubro 2022
- setembro 2022
- julho 2022
- junho 2022
- maio 2022
- abril 2022
- março 2022
- fevereiro 2022
- janeiro 2022
- dezembro 2021
- outubro 2021
- setembro 2021
- agosto 2021
- julho 2021
- junho 2021
- maio 2021
- abril 2021
- março 2021
- fevereiro 2021
- agosto 2020
- julho 2020
- junho 2020
- maio 2020
- abril 2020
- março 2020
- fevereiro 2020
- dezembro 2019
- setembro 2019
- julho 2019
- janeiro 2019
- janeiro 2018
- outubro 2017
- setembro 2017
- julho 2017
- junho 2017
- julho 2016
- março 2016
- fevereiro 2016
- janeiro 2016
- dezembro 2015
- novembro 2015
- outubro 2015
- setembro 2015
- agosto 2015
- junho 2015
- maio 2015
- abril 2015
- março 2015
- fevereiro 2015
- janeiro 2015
- novembro 2014
- setembro 2014
- julho 2014
- junho 2014
- maio 2014
- fevereiro 2014
- janeiro 2014
- janeiro 2013
- junho 2012
- março 2012
- abril 2011