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Foto do escritorAscom - Vereador André Fraga

Cartilha ensina a transformar dendê usado em sabão

Atualizado: 6 de ago.

Um manual de como as baianas e baianos de acarajé podem reaproveitar o azeite de dendê usado para transformá-lo em sabão artesanal foi lançado, nesta quarta-feira (15), pela Comissão de Emergência Climática e Inovação para Sustentabilidade da Câmara Municipal de Salvador (CMS).

O lançamento da Cartilha da Baiana de Acarajé Sustentável ocorreu no Memorial das Baianas, em uma parceria com a Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (Abam) e a Universidade Federal da Bahia (Ufba). A cartilha foi impressa e distribuída para as pessoas que participaram do evento. A versão online pode ser acessada no link bit.ly/download-cartilhabaiana.

“A ideia desse projeto surgiu durante evento na Universidade Federal da Bahia (Ufba) que participei, no qual conheci a parceria que professores desenvolviam com a Abam pesquisando o processo de fazer o sabão a partir do dendê como alternativa para o descarte. Depois do primeiro contato, procurei a equipe para saber como ajudar na divulgação. Chegamos, então, à cartilha”, explicou o vereador André Fraga (PV), presidente do colegiado.

Professora do Instituto de Ciências da Saúde da Ufba (ICS) e uma das coordenadoras da pesquisa que resultou na cartilha, Angela Machado Rocha conta que as quatro mil baianas de Salvador descartam, em média, 20 mil litros de azeite de dendê usado diariamente. “Infelizmente, nossa estimativa é de que apenas 1% das baianas utilizam os resíduos para a produção de sabão, enquanto as demais descartam em bueiros ou até mesmo na areia da praia”, disse Rita Santos, presidente da Abam.

O resultado são tubulações entupidas e contaminação do solo, das águas marítimas e das estações de tratamento de esgoto. “Queremos que a cartilha seja uma solução simples, prática e democrática para o problema ambiental que é o descarte inadequado de grandes volumes de óleo. O sabão artesanal gerado pode servir ainda para gerar uma renda extra e ativar a economia circular”, defendeu Fraga.

“A crescente consciência ambiental por parte da população tem feito crescer a procura por produtos de origem responsável e de cunho social. Assim, esse sabão produzido a partir de azeite de dendê frito pode-se tornar um típico souvenir baiano”, projetou a professora Angela Machado Rocha.

A baiana Angelimar Trindade é exemplo prático disso. Ela criou o sabão ecológico AcaraGEL e afirma produzir 250g de sabão a cada litro residual de dendê. O produto é vendido no seu tabuleiro junto com o acarajé.

“Quebrei a cara algumas vezes tentando achar a fórmula correta para produzir o sabão, mas quando consegui, foi um sucesso. Às vezes os clientes achavam que era doce de leite, cocada, e eu falava que esse é o sabão feito com o dendê do acarajé que você comeu”, disse.

_(Ascom/Vereador André Fraga)_

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